Evidências sobre segurança de vacinas

CHICAGO – Um novo estudo italiano acrescenta informações ao já grande número de evidências de que um conservante baseado em mercúrio, já usado em muitas vacinas, não prejudica as crianças, oferecendo mais segurança para os pais.

No início da década de 1990, milhares de bebês italianos saudáveis, em um estudo sobre vacinas de febre convulsiva, tomaram duas doses diferentes do conservante timerosal nas vacinações de rotina.

Dez anos depois, 1.403 dessas crianças fizeram uma série de testes de função cerebral. Pesquisadores encontraram pequenas diferenças em apenas duas das 24 métricas, e essas “podem ser atribuídas ao acaso”, escreveram na edição de fevereiro da revista Pediatrics, que foi lançada nesta segunda-feira, 26.

Apenas um caso de autismo foi encontrado, e esse estava no grupo que tomou baixas doses de timerosal.

“Junte com as evidências de todos os outros estudos, isso nos diz que não há razão para nos preocuparmos com o efeito do timerosal em vacinas”, disse o autor do estudo, Alberto Tozzi.

O debate sobre o timerosal e o autismo foi muito mais forte nos Estados Unidos que na Itália, disse Tozzi. Mas os pesquisadores reconheceram a chance de examinar a questão voltando às crianças que participaram do experimento em 1990.

A aleatoriedade torna esse estudo único. A designação aleatória de crianças exclui a possibilidade de que fatores além do timerosal, como educação ou pobreza, possam ter causado os resultados.

Timerosal, usado em algumas vacinas para prevenir o crescimento de bactérias e fungos, não está presente nas vacinas infantis nos Estados Unidos desde 2001, com exceção de algumas vacinas para gripe. A Itália e outros países europeus começaram a remover o composto em 1999. Autoridades da saúde recomendaram que sua interrompessem sua utilização para diminuir a exposição das crianças ao mercúrio.

Regulamentações de segurança ainda exigem que vacinas contenham algum tipo de conservante para prevenir a propagação de uma infecção por meio de doses contaminadas.

Tozzi disse que comparar crianças com nenhuma exposição ao timerosal poderia ter melhorado o estudo. “No entanto, se o timerosal causa algum dano, é muito provável que ele aumente com a dose administrada”, afirmou.

Fonte:
Estadão

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