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Olhar sobre o autismo

Olhar sobre o autismo


O isolamento é uma característica central do autismo. Se uma criança prefere ficar sozinha em vez de estar com a mãe, não gosta de ser colocada no colo, não olha para as pessoas com frequência e duração normais ou apresenta atraso na fala até os dois anos, pode ser um indicativo de que ela seja portadora dessa condição. Se os pais observarem esses sinais em seus filhos, é importante procurar um médico.

Portanto O termo “autismo” foi inicialmente utilizado para descrever experiências ricas em pensamentos e emoções, com perda da conexão com o mundo ao redor. O psiquiatra norte-americano Leo Kanner cunhou o termo “autismo infantil” após reconhecer algo novo. Em 1943, ele descreveu em sua publicação intitulada “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo” um grupo de onze casos clínicos envolvendo crianças. Portanto Essas crianças apresentavam isolamento extremo, ausência de habilidades sociais e de comunicação verbal, além de um desejo obsessivo por manter a rotina.

Inicialmente, Kanner acreditava que o autismo era causado por pais altamente intelectualizados e emocionalmente distantes, com pouco interesse nas relações humanas de seus filhos. Algumas dessas especulações se mostraram incorretas ao longo do tempo, como a ideia de que a frieza afetiva dos familiares era um fator determinante. De acordo com o psiquiatra Walter Camargos, hoje acredita-se que o autismo infantil, em geral, não possui a mesma riqueza de pensamentos e imaginação encontrada em adultos com esquizofrenia em estado autista, embora ambos compartilhem o isolamento do mundo exterior.

O autismo é frequentemente confundido com outras condições que apresentam sintomas semelhantes. A confusão mais comum ocorre com o retardo mental, e em cerca de 75% dos casos, há sobreposição entre os dois transtornos. O diagnóstico de paralisia cerebral também é comumente dado a pessoas com autismo.

O autismo pode estar associado a outras condições

como retardo mental, epilepsia, paralisia cerebral, transtornos de linguagem, hiperatividade, transtornos obsessivo-compulsivos, tiques e transtornos de humor e ansiedade. De acordo com Camargos, as características do autismo devem surgir até os três anos de idade e incluem comprometimento no relacionamento interpessoal, atraso significativo ou ausência de linguagem verbal, gestual e mímica, comportamentos repetitivos e estereotipados, e interesses restritos. Também há comprometimento em três aspectos-chave do funcionamento mental-psíquico: funções executivas, Teoria da Mente e Teoria da Coerência Central.

As funções executivas envolvem a capacidade de avaliar uma situação, Portanto planejar a melhor solução, executá-la e avaliar o resultado. Esse aspecto é frequentemente comprometido em pessoas com Transtorno de Déficit de Atenção. A Teoria da Mente é a habilidade 

de se colocar no lugar do outro, compreendendo intenções, mentiras, piadas e respondendo adequadamente a elas. Por fim, a Teoria da Coerência Central se refere à capacidade de integrar todas as informações visuais de um cenário em um contexto único.

 

O autismo não causa outras doenças,

mas existem fatores externos que podem contribuir para o seu desenvolvimento. Doenças infecciosas durante a gravidez, como rubéola, sífilis e toxoplasmose, assim como doenças infecciosas do cérebro, como meningite, lesões traumáticas e o uso de drogas pelos pais, podem favorecer o surgimento do autismo. Além disso, há doenças genéticas que estão associadas ao retardo mental e também podem estar relacionadas ao autismo.

As causas genéticas que influenciam

o autismo ainda não foram totalmente esclarecidas. Estatisticamente, a concordância de autismo em gêmeos idênticos chega a 90%, enquanto em gêmeos não-idênticos a taxa é de aproximadamente 36%. Esses dados sugerem uma influência genética no desenvolvimento da doença.

A prevalência do autismo na população é estimada entre 1 em 150 e 1 em 250 indivíduos. A incidência é maior em homens, com quatro a cinco vezes mais casos em comparação às mulheres. No entanto, quando o autismo ocorre no sexo feminino, tende a ser mais grave. Isso pode indicar a presença de fatores genéticos envolvidos.

É importante ressaltar que, embora algumas pessoas com autismo possam apresentar variações na inteligência, nem todas estão aptas para inclusão escolar. A inclusão depende das condições da escola, dos profissionais envolvidos e das capacidades individuais da criança. Algumas crianças autistas podem se beneficiar de escolas regulares, especialmente aquelas com inteligência preservada, mas com dificuldades sociais. Outras podem necessitar de escolas especializadas, e aquelas com comprometimento mais severo da inteligência têm mais chances de se beneficiar desse tipo de ambiente.

É fundamental que a sociedade

integre portanto as pessoas autistas e as trate de forma adequada, buscando compreender suas peculiaridades e fornecendo apoio e tratamento em todas as áreas necessárias. O tratamento do autismo envolve diversas abordagens de reabilitação, como psicologia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, fisioterapia, musicoterapia, entre outras. É importante combater o preconceito e disseminar informações corretas sobre o autismo para promover a inclusão e a compreensão dessa condição.

Embora seja possível que uma pessoa com autismo alcance um nível funcional adequado, é improvável que ocorra uma recuperação completa do ponto de vista técnico. Profissionais da área consideram que um autista nunca estará completamente reabilitado, mas, do ponto de vista da sociedade, muitas pessoas com transtornos como o autismo vivem sem um diagnóstico ou tratamento adequados.

Em resumo, o autismo é uma condição complexa que afeta o desenvolvimento social, comunicativo e comportamental. É fundamental buscar um diagnóstico precoce

iniciar o tratamento o mais cedo possível. Portanto Os sinais de autismo geralmente surgem até os três anos de idade e incluem comprometimento no relacionamento interpessoal, atraso significativo ou ausência da linguagem verbal e gestual, comportamentos repetitivos e estereotipados, interesses restritos, além do comprometimento em habilidades cognitivas específicas, como as funções executivas, a Teoria da Mente e a Teoria da Coerência Central.

É essencial Portanto que a família, amigos e a sociedade como um todo aceitem e compreendam as pessoas autistas em sua forma de ser e de se relacionar com o mundo. Ao proporcionar um ambiente inclusivo e oferecer suporte em todas as áreas necessárias, podemos ajudar as pessoas autistas a desenvolverem seu potencial máximo.

É importante destacar que o autismo não está associado à loucura, como muitas pessoas erroneamente acreditam. O autismo é uma condição neurológica e não uma doença mental. Portanto, é fundamental combater o preconceito e fornecer informações corretas sobre o autismo para promover uma maior compreensão e inclusão desses indivíduos na sociedade.

O tratamento do autismo envolve

uma abordagem multidisciplinar, Portanto com profissionais especializados em áreas como psicologia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, fisioterapia e musicoterapia. Cada pessoa autista é única, e o tratamento deve ser adaptado às necessidades individuais, visando melhorar suas habilidades de comunicação, interação social, autonomia e qualidade de vida.

Portanto estejam atentos aos sinais de autismo em seus filhos e, caso observem características que possam indicar a presença da condição, procurem um médico especialista para uma avaliação adequada. O diagnóstico precoce é essencial para iniciar o tratamento e proporcionar o suporte necessário à criança autista.

Em suma, o autismo é uma condição caracterizada pela dificuldade na interação social, comunicação e comportamentos repetitivos. Apesar dos desafios que podem ser enfrentados pelas pessoas autistas, com o suporte adequado, inclusão e compreensão por parte da sociedade, elas têm o potencial de desenvolverem suas habilidades e alcançarem uma vida plena e significativa.

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Por Karen Borowski

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