O que vem acontecendo na “inclusão”.
As exigências legais do projeto escola inclusiva estão longe de serem observadas. Na prática, a lei “não está sendo cumprida”, para desespero dos pais e prejuízo dos alunos.
Embora existam casos de sucesso, graças à luta e persistência dos pais, a maioria dos casos mostra “alguma fragilidade” na escola inclusiva, não nos princípios, mas na aplicação prática. Pais e educadores reclamam da falta de meios e das dificuldades em oferecer um acompanhamento personalizado e adequado para essas crianças, como a lei prevê.
As dificuldades variam conforme a patologia; entretanto, todas elas afetam a comunicação das crianças ou jovens com os outros e dos outros com eles. O caso dos surdos é um exemplo clássico.
Sem intérpretes por exemplo, de língua gestual portuguesa nas salas de aula, a frustração na comunicação é total, tanto para os alunos que não entendem o que lhes é transmitido quanto para os professores que não conseguem se fazer entender. “Como as escolas não resolvem essa questão básica, surgem novos problemas: falta de estímulo, isolamento e dificuldades de aprendizagem, que acabam por causar baixa autoestima e desmotivação completa”, afirma o Presidente da Associação de Surdos de São Miguel.
“Eles têm tudo menos a comunicação”, diz José Grave. Portanto, Ele acrescenta que “se tivessem uma oportunidade desde pequenos, os surdos deixariam de ser um problema”. A associação luta pela presença de formadores de língua gestual portuguesa, tradutores/intérpretes nas salas de aula com surdos, terapeutas da fala e professores de ensino especial.
Há muito tempo por exemplo, se fala em integração de alunos com deficiência nas escolas regulares. Em 1994, com a Declaração de Salamanca, o conceito evoluiu, e hoje falamos em escola inclusiva. Em 1998, surgiram na região as primeiras escolas básicas integradas com projetos inclusivos. As escolas de educação especial foram encerradas, e as crianças com deficiência passaram a frequentar o ensino regular.
A integração/inclusão na turma regular geralmente é parcial, de acordo com a dificuldade física ou cognitiva. No restante do tempo, os jovens ficam em uma unidade especial, a Unidade de Integração para a Vida. Lá, deveriam ser acompanhados por professores especializados e terapeutas adequados ao seu grau de dificuldade, como estipula o regime jurídico de educação especial.
Contudo, raramente é assim. “A adequação do ensino dessas crianças à sua idade e aos seus interesses, dando-lhes ferramentas para a vida futura e visando sua autonomia, não está sendo feita”, diz Ana Mendes, mãe de uma criança com deficiência cognitiva que frequenta uma escola em Ponta Delgada. “Embora minha filha tenha uma idade mental que não corresponde à física, a verdade é que, com 14 anos, ela não pode estar aprendendo o BA-BA porque já o sabe e precisa de outros estímulos”.
Para Ana Mendes, o problema está na “falta de atendimento personalizado”. Na sala de aula de sua filha, há mais 29 alunos, divididos por 3 professores. “Eles fazem o que podem”, admite, mas é “difícil acompanhar ao mesmo tempo 10 crianças em tempos letivos”. Portanto, seriam necessárias “outras valências”, talvez mais “profissionalizantes” para integrar esses jovens, contribuindo para sua progressiva autonomia. “Eles são válidos, só esperam uma oportunidade”, conclui.
Revisado UA
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